Vatapá no sul e chimarrão no nordeste. Tem alguma coisa essa com esta frase? Será que é possível encontrarmos estes pratos nos lugares que citei? Claro que sim, mas não é comum. Podemos ir a um restaurante de comida nordestina em Curitiba e em um CTG (Centro de Tradições Gaúchas) em Recife e encontrar gaúchos tomando chimarrão.
Os hábitos que temos ao nos alimentar surgiram de algum lugar e foi nos passado em algum momento. Nossos ascendentes e o local onde moramos determina isso. Nossos pais, desde que eramos pequenos embutiram seus próprios gostos em nossa alimentação. Duvido que uma mãe que não goste de cebola, por exemplo, de ao seu folho cebola para experimentar. É claro que isso vai se modificando a medida que adquirimos o livre arbítrio para escolher e arcar com as consequências destas escolhas.
Assim, ao chegar em Porto Alegre escolhi experimentar um pouco da cultura local: o chimarrão.
Já havia tomado em algumas ocasiões, mas nunca me dei conta de sua representação cultural. Ao longo das minhas mudanças, vi muita gente tomando chimarrão fora do sul: no Tocantins e no Rio de Janeiro.
Legado das tribos indígenas da do sul da América do Sul, o mate, a cuia e a bomba viraram símbolo gaúcho em qualquer lugar do Brasil. E você pensa que prepara-lo é fácil? Ainda estou penando para deixa-lo apresentável e o pior, não mexer na cuia! Ainda não participei das chamadas rodas de chimarrão, onde o anfitrião prepara o chimarrão, bebe o primeiro e depois passa para os demais da roda, que normalmente é formada por amigos ou familiares. Cada um tem que tomar o chimarrão até o fim e depois passar adiante.
Parece estranho para quem não conhece, mas é assim mesmo que funciona. Não vim aqui ensinar prepara-lo, até porque tenho que muito que aprender até ser considerada apta para tal proeza. Aceito dicas para deixa-lo mais "gauchesco". Para não cometer muitos erros, fui ao Mercado Municipal de Porto Alegre comprar os adereços. Um rapaz muito simpático me atendeu e me ensinou algumas coisas. Porém, só com as dicas dele não consegui preparar. Tive que pesquisar na como se faz corretamente. Aos poucos, está melhorando.
Ainda não sei se vou "domesticar" meu gosto, adquirindo o hábito de tomar chimarrão, ou ir a parques e praias com o chimarrão nas mão, mas pelo menos em casa, quando estou na cozinha ou naquele fim de trade gotoso estou tomando. E poderei, quem sabe, levar comigo este hábito para qualquer outro lugar fora do Rio Grande do Sul.
